São insetos dípteros, pertencentes à Família Culicidae, vulgarmente conhecidos como pernilongo ou muriçocas que, podem ser encontrados em toda parte, desde altitudes acima de 3.000m a profundidades de 1.000m, em florestas, regiões áridas e meios urbanos.

A água é fator essencial para o seu desenvolvimento, sendo que qualquer porção de água, salobra, doce, limpa ou poluída, contida em grandes ou pequenos reservatórios, em buracos, em árvores, em plantas aquáticas, em plantas ornamentais, ou em quaisquer depressões ou utensílios capazes de acumular água é suficiente.

Seu ciclo reprodutivo se dá através de metamorfose completa (ovo – larva - pupa – adulto) e as fases imaturas são aquáticas.

Os adultos são alados, possuem pernas e antenas longas e, na grande maioria, as fêmeas são hematófagas (se alimentam de sangue) e os machos de seiva de plantas.

Hoje existem mais de 3.000 espécies de mosquitos descritas e intensos estudos e pesquisas, visando conhecer melhor sua biologia e os melhores meios para combatê-los.

O incômodo e o desconforto não são os únicos inconvenientes causados pela presença e a atividade dos mosquitos. O papel destes insetos como vetores transmissores de inúmeras doenças como filariose, malária, dengue, febre amarela, leishmaniose e as encefalites é uma inconveniência muito mais séria. A capacidade de proliferação e a facilidade de dispersão dos mosquitos são características essenciais e fundamentais para a ocorrência de epidemias destas doenças. Portanto, para conter ou evitar esta situação deve se investir em pesquisas e implantar programas específicos de combate e erradicação das espécies transmissoras.

Os mosquitos têm seu corpo segmentado (cabeça, tórax e abdome) e revestido pelo exoesqueleto ou cutícula formado por quitina. Os ovos são elípticos ou ovais, têm cor escura, são impermeáveis, têm um orifício na extremidade anterior para a penetração do espermatozóide e fecundação. Em condições ambientais ideais o embrião desenvolve-se em 48h.

A oviposição se dá diretamente na superfície da água, na parte inferior de substratos flutuantes ou em locais próximos à superfície da água, dependendo da espécie. O desenvolvimento embrionário dura poucos dias e é influenciado pela temperatura e umidade. Quando estão em contato com água, os ovos eclodem quando completam o desenvolvimento embrionário. Quando fora da água, apresentam diapausa, e podem sobreviver viáveis por períodos que variam de dias a meses.

As larvas têm aspecto vermiforme e cor que varia do esbranquiçado, esverdeado, avermelhado ao enegrecido. Seu corpo é dividido em cabeça, tórax e abdome, é segmentado e semicilíndrico. Todas as larvas passam por quatro estágios evolutivos, sendo que os machos têm um desenvolvimento larval mais rápido. Respiram o oxigênio do ar através de um sifão respiratório ou cerdas adaptadas. Podem manter-se submersas de 1 a 53 dias. Alimentam-se de microplâncton (algas, bactérias, esporos de fungos ou partículas de matéria orgânica), através de seu aparelho bucal do tipo mastigador-raspador.

A temperatura (ideal entre 24ºC e 28ºC), a luz (geralmente escuro), a salinidade (baixas concentrações), os poluentes orgânicos (pouco tolerantes), o movimento da água (preferem água quase parada), vegetação aquática densa (positiva ou negativa) e os predadores, são fatores ambientais que interferem no desenvolvimento larval. Em condições ambientais ideais, o período da eclosão à pupa não excede cinco dias.

Durante a fase de pupa não se alimentam. As pupas têm aspecto de vírgula e escurecem na medida em que se aproxima a emergência dos adultos. Seu corpo é dividido em cefalotórax e abdome. Mantêm-se quase sempre paradas na superfície da água, movimentado-se rapidamente, quando perturbadas. Em condições ambientais a metamorfose se dá num período de 2 a 3 dias.

Os adultos têm o corpo dividido em cabeça, tórax e abdome. Na cabeça, de forma globosa, encontram-se os órgãos dos sentidos (olhos, antenas e palpos) e o aparelho bucal, chamado de probóscide. No tórax, estão os apêndices responsáveis pela locomoção, os três pares de patas e as asas, funcionais e modificadas. No abdome, estão os órgãos internos dos aparelhos reprodutor, digestivo e excretor.

Os mosquitos machos alimentam-se de carboidratos, provenientes de seivas, flores e frutas. A fêmea necessita do repasto sanguíneo para o desenvolvimento de ovos e em aumentar a longevidade das fêmeas.

Os mosquitos acasalam-se em pequenos espaços, durante o vôo, pousados sobre uma superfície ou necessitam da formação de enxames. Após a cópula, os espermatozóides são armazenados nas espermatecas e utilizados para fecundar os ovos no momento da postura.

A longevidade dos adultos depende da nutrição da larva, do metabolismo do adulto, de sua idade fisiológica, temperatura, umidade, luz e da disponibilidade de carboidratos.

Podem acasalar 24h após emergirem, e vivem 30 a 35 dias. As principais espécies de importância sanitária são os anofelinos (transmissores da malária humana) e os culicineos (maior subfamília com 34 gêneros e cerca de 3.000 espécies). Do gênero Aedes, as espécies A. aegypti, A. albopictus e A scapularis são responsáveis pela transmissão da dengue e febre amarela urbana, da dengue e encefalite japonesa e encefalites, respectivamente.

Os Aedes desenvolvem-se em criadouros naturais (buracos em arvores, bromélias, bambu) e em criadouros artificiais (reservatórios de água, vasos, utensílios, etc.). Nestes locais, depositam os ovos, fora da água, que podem, em condições desfavoráveis, manter se viáveis por longos períodos. As fêmeas são hematófagas e atacam, principalmente, durante o dia. Sua distribuição é cosmopolita e seus hábitos são domésticos.

O Aedes aegypti é considerado o vetor clássico da dengue e febre amarela urbana devido a sua elevada endofilia, antropofilia e susceptibilidade ao vírus da febre amarela.

Dentre as espécies do gênero Culex, a espécie C. quinquefasciatus é a mais importante no meio urbano. Têm hábitos noturnos e crepusculares, são atraídos pela luz artificial. Seus criadouros preferenciais são depósitos artificiais, com água rica em matéria orgânica em decomposição e detritos e estão sempre próximos aos domicílios. Deposita seus ovos em conjunto, aspecto de “jangada” que flutuam na superfície da água. É conhecido como “mosquito doméstico tropical”, ocorre em abundância nos aglomerados humanos. É o transmissor principal da filariose bancroftiana (elefantíase) e de vírus causadores de encefalites.